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A solidão é como o silêncio, um amigo que nunca trai

Ser amigo de sua solidão é ser amigo de si mesmo, é se amar profundamente, provavelmente de uma forma que ninguém mais possa fazê-lo.

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Dentro de nossa pele, somos solitários. Somente nós mesmos sabemos como nos sentimos e quando tentamos explicar ao mundo, não faz muito sentido, pois todos estão presos em si mesmos e julgam as pessoas exteriormente. Ninguém jamais poderá adentrar sua mente e realmente entender as razões pelas quais você se comporta de determinada maneira. Se você trata a sua solidão como amiga ou inimiga, determina muito da sua capacidade de ser feliz.

O mundo não está nem aí para as suas dores e trata de esmaga-lo das mais cruéis formas. A vida é implacável e pode derrubar a qualquer um quando menos se espera. Quando estamos no fundo do poço, ninguém pode nos ajudar a sair de lá se nós mesmos não quisermos. O ferido deve ser o principal interessado na cura e deve ter em mente que, bem lá no fundo, não existe cura, mas existe a aquisição da capacidade de aprender a viver com tudo aquilo que um dia o massacrou. A solidão se torna um refúgio seguro.

A solidão não é cruel de forma alguma. Cruéis somos nós mesmo que não aprendemos que ela é uma condição essencial da vida. Somos cruéis para nós mesmos, pois, ao invés de a aceitarmos, a rechaçamos como se fosse um monstro acreditando que podemos fugir daquilo que está no fundo de nossa alma. Nascemos sós, vivemos e morremos sós. Não entender isso, é uma grande fonte de sofrimento.

Entender e acolher a solidão não significa que você deve viver isolado, mas significa que você precisa compreender que ela é importante para o autoconhecimento, pois quem nunca fica só e foge de si mesmo, não tem possibilidade alguma de saber quem é a pessoa que habita dentro de sua própria pele. Encará-la de frente e sentar para um banquete com o vazio que se encontra dentro de nós é condição básica para dominar os nossos demônios.

Além de estarmos sós dentro de nossa pele, da mesma forma o estamos quando cercados de pessoas, principalmente nos dias de hoje, tempos em que todos querem falar, mas poucos querem ouvir. Tempos em que grande parte das pessoas dedica a maioria do seu tempo ao aparelho celular buscando nas mídias sociais aquilo que o mundo não lhes consegue oferecer. Fogem de si como as ovelhas dos lobos. Poucos são aqueles que vivem no mundo real, olham para dentro de si, acolhem seus demônios e ainda têm a capacidade de ouvir o mundo exterior, olhando-o nos olhos.

A solidão não mata ninguém, mas o que mata é não saber como lidar com ela. A solidão pode ser a sua melhor amiga se você se decidir a encará-la, estuda-la profundamente e estabelecer com ela uma amizade para a vida toda. A solidão é como o silêncio, um amigo que nunca trai. Ser amigo de sua solidão é ser amigo de si mesmo, é se amar profundamente, provavelmente de uma forma que ninguém mais possa fazê-lo. É vestir-se de si mesmo, aceitar-se como você é, sem máscaras e com coragem de se olhar no espelho.

O famoso filósofo alemão, Arthur Schopenhauer, afirmava que nenhum caminho é mais perigoso do que aquele que se volta para fora de si buscando as satisfações da vida nos outros, nas festas, nos vícios, nos bens materiais, nos luxos… Gozos e prazeres são o caminho mais rápido para as ruínas, pois são passageiros e mascaram os nossos sentimentos nos enganando e, no primeiro momento em que nos vemos sós, com quem realmente somos, sentir-nos-emos miseráveis e infelizes. Podemos fugir de qualquer pessoa, mas jamais de nós mesmos.

“Cada um fugirá, suportará ou amará a solidão na proporção exata do valor da sua personalidade. Pois, na solidão, o indivíduo mesquinho sente toda a sua mesquinhez, o grande espírito, toda a sua grandeza; numa palavra: cada um sente o que é.” – Arthur Schopenhauer

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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