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Quantas vezes você já desagradou a si mesmo para agradar aos outros?

A solidão é um passo inicial para uma jornada interior sem volta que te leva aos mais belos recantos de sua alma, os quais você jamais descobriria em meio à multidão.

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O ser humano tem ojeriza à palavra solidão e dela foge como o diabo da cruz. Ficar só é uma condenação social e uma autocondenação e isso está tão enraizado na sociedade que se torna um estigma. Os avisos sobre o suposto fogo do inferno que destrói a vida de uma pessoa solitária crescem junto conosco, como se fosse um castigo dos deuses.   

Frequentemente ouvimos cruéis “conselhos” sobre os caminhos que levam à solidão. Alguns dizem: Não faça isso, pois vai acabar sozinho; se você não mudar seu jeito de ser, ninguém vai te querer; ninguém gosta de quem fala tudo o que pensa; você deve conversar mais com as pessoas; você precisa sair de casa e conhecer pessoas novas, pois assim vai ficar louco e só; e por aí vai.

Primeiramente, aqueles que nos aconselham dessa forma, provavelmente tem medo de si mesmos e não suportam a própria companhia. Quando está só, é o único momento em que você pode testar quais os recursos internos que possui para não sucumbir ao isolamento e à depressão, mas viver uma solidão saudável. Estar só não necessariamente significa ser solitário; simplesmente você pode descobrir que é a melhor companhia para si mesmo. Suportar-se sem correr para a multidão é um ato de bravura.

Mudar para agradar aos outros é um crime que você comete contra a pessoa mais importante que é você mesma, pois se transforma em um ser artificial que usa uma máscara na presença das pessoas e, quando volta para casa, diante do espelho, ao removê-la, enxerga quem realmente é. Viver dessa forma é pesado, pois ao pensar em agradar aos outros, você desagrada a si mesmo. Quantos não são felizes diante dos outros, mas infelizes diante de si mesmos?

Logicamente que ser sincero o tempo todo torna a convivência insuportável. É preciso um jogo de cintura, mas igualmente tão importante é estipular os limites até aonde você pode ir para agradar ao outro, mas não desagradar a si mesmo. Quantos cruzam esse limite e se sentem miseráveis por alegrar o momento do outro, mas entristecer o seu? É preciso ter muita audácia para ser você mesmo em uma sociedade em que, para se dar bem socialmente, é preciso ser mentiroso. Sorrir para todos é a regra desse jogo que eu não faço questão nenhuma de jogar. Não participar dessa palhaçada é o caminho à solidão… como se ela fosse tão assustadora. A verdade é que só tem medo dela quem não conhece a si mesmo.

Mostre aos outros quem você realmente é e se perder alguns “amigos” e convites para bailes de máscara, não se aborreça. Aproveite esse momento e passe a olhar para si mesmo com mais carinho e coragem, descubra quem vive sob sua pele, explore o seu interior e agrade a si mesmo. Chegará um tempo em que você tornará isso um hábito tão agradável que vai ter preguiça de sair de casa. Os convites serão cada vez mais escassos e então você perceberá o tempo que perdeu estando na companhia de uma multidão que pouco agrega, mas que suga todas as suas energias e te impede de ser quem você deve ser. Não tenha medo de desagradar, pois afinal, nem Jesus Cristo agradou a todos.

Quando estiver só, aproveite o tempo para buscar autoconhecimento. Quanto mais fundo você cavar, mais diamantes vai encontrar, mas também, mais demônios surgirão. Não se preocupe, pois você vai aprender a lapidar os diamantes e transformará os demônios em seus melhores amigos, descobrirá que eles não são seus inimigos, mas que são sim seus amigos, ao contrário daqueles que frequentam o baile de máscaras, que são os verdadeiros inimigos. Por último, mas não menos importante: a solidão pode ser sua amiga verdadeira. Mas se ela te perturbar, busque a solitude.

“Tive vergonha de mim mesmo quando percebi que a vida é um baile de máscaras e eu participei com meu verdadeiro rosto. ” – Franz Kafka

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Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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