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Mundo

5 pontos para entender a tensão entre Rússia e Ucrânia

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No último dia 19, Joe Biden disse acreditar que a Rússia vai invadir a Ucrânia e alertou Vladimir Putin que ele “irá se arrepender de fazê-lo”, falas seguidas de meses de tensão.

Já a Rússia, nos últimos meses, deslocou algo em torno de 100 mil homens do seu exército para a fronteira com a Ucrânia gerando alta tensão com os EUA, a EU e a própria Ucrânia. Porém, para remover o contingente de militares da fronteira, Putin redigiu uma lista de demandas de segurança aos EUA e à União Europeia incluindo a garantia de que a Ucrânia não vai entrar para a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte – e que a UE vai remover as suas tropas e armas de grande parte da Europa Oriental, região que compreende países como a República Tcheca, Macedônia do Norte, Eslováquia, Hungria, Polônia, Romênia, Bulgária, Albânia, entre outros. Vamos aos pontos:

  1. Relação da Rússia com a Ucrânia: Há 30 anos, após a queda da União Soviética, a Ucrânia se tornava independente e desde então tem lutado contra a corrupção. A região ocidental da Ucrânia geralmente apoia a integração com a Europa Ocidental, ou seja, juntar-se à União Europeia. O lado leste do país, por sua vez, favorece laços mais estreitos com a Rússia, portanto, prefere permanecer fora da UE. As tensões entre a Rússia e a Ucrânia se escalaram em 2014 quando a Rússia anexou a Criméia de volta ao seu território, um ponto estratégico, geopoliticamente falando, no Mar Negro.
  2. O que a Ucrânia quer? As tensões entre os dois países criaram um ambiente de insegurança para a Ucrânia, assim, o país europeu decidiu solicitar adesão à União Europeia e juntar-se a OTAN para conseguir apoio oficial e manter-se soberana. Em setembro de 2021, 81% dos ucranianos disseram reprovar as atitudes de Putin, de acordo com a RBC-Ucrânia, site de notícias.
  3. Por quê Putin ameaça invadir a Ucrânia? Entre outras situações, os países do ocidente impuseram várias sanções à Rússia, principalmente pela interferência nas eleições americanas em 2020 e um gigante ataque cibernético a 18 mil pessoas que trabalham para empresas e o governo dos EUA, entre outras transgressões. A Ucrânia e o Ocidente acusaram a Rússia de enviar tropas e armas para apoiar os rebeldes na região de Donbas– acusação que Moscou negou. No fim das contas, Putin se vê encurralado, por isso, também, apoia o ditador belarusso, Alexander Lukashenko, assim consegue mantê-lo ao seu lado, sem riscos de perder mais um aliado e não quer permitir que a Ucrânia se junte a OTAN, como supracitado, pois isso deixaria a Rússia vulnerável, já que a União Europeia estaria mais perto do que nunca da Rússia.
  4. Qual é o jogo de Putin? O presidente russo vê a Ucrânia como parte da esfera de influência da Rússia, e não como um Estado independente. Por isso, Putin tenta impedir que a Ucrânia se junte à OTAN e seja membro da UE. Vladimir Putin também está usando a Ucrânia para tentar conseguir baixar as sanções impostas pelo ocidente, por isso ele acredita que um possível ataque à Ucrânia pode levar a conversas diplomáticas que poderiam causar concessões, aliviando a barra da Rússia.
  5. Por que os EUA têm tanto interesse no conflito? Com a anexação da Crimeia e o apoio ao conflito de Donbas, a Rússia violou o Memorando de Budapeste de Garantias de Segurança para a Ucrânia, um acordo de 1994 entre os EUA, o Reino Unido e a Rússia que visa proteger a soberania da Ucrânia em troca de seu compromisso de desistir de seu arsenal de armas nucleares. As ameaças de Putin contra a Ucrânia ocorrem quando ele está movendo forças russas para a Bielorrússia, o que também levanta questões sobre os planos do Kremlin de invadir outros países vizinhos. O apoio militar à Ucrânia e as sanções políticas e econômicas são maneiras de os EUA deixarem claro para Moscou que haverá consequências por sua invasão de um país independente. O risco, caso contrário, é que o Kremlin possa realizar outras ações militares e políticas que ameacem ainda mais a segurança e a estabilidade europeias.
A Rússia anexou à força a Crimeia da Ucrânia em 2014, estabelecendo novas fronteiras com a Ucrânia e a Rússia. Getty Images

O encontro em Genebra

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e seu colega russo, Sergey Lavrov, conversaram em Genebra sobre a crise na Ucrânia. O encontro aconteceu, ontem (21), sexta-feira. A reunião concluiu a turnê europeia de Blinken que vem buscando compromissos entre os aliados de Washington sobre como responder se Moscou avançar com uma temida invasão à Ucrânia.

Lavrov pediu ao Ocidente que acabe com a “histeria anti-Rússia” após seu encontro com Blinken. A Rússia não está ameaçando ninguém e não está invadindo nenhum país, disse Lavrov em entrevista coletiva em Genebra. Ele descartou os temores no Ocidente de que uma invasão da Ucrânia possa ser iminente.

Lavrov criticou o que ele disse ser uma “minoria russofóbica” dando o tom. O ministro salientou que a segurança de um país da Europa não pode ser garantida em detrimento de outro.

Antes da reunião, Blinken procurou esclarecer as observações do presidente dos EUA, Joe Biden, na noite de quarta-feira na Casa Branca, quando Biden sugeriu que os aliados da Otan estavam divididos sobre como abordar uma possível invasão russa e até como definir uma. Em um discurso de quinta-feira que também serviu como um trabalho de limpeza em Berlim, Blinken mais uma vez afirmou a posição dos Estados Unidos, acusando a Rússia de tentar arrastar a Europa de volta à Guerra Fria.

*Com informações da Al Jazeera

Cássio Felipe Tartas Rogalski, Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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