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Os infortúnios da vida são mais duros às almas de elevada sensibilidade

“Se convivêssemos nas savanas com milhares de animais, talvez nunca nos decepcionássemos; mas, se convivermos com um ser humano, por mais fascinante que seja a relação, haverá inevitavelmente decepções.” – Augusto Cury

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As maiores decepções, assim como as maiores invejas vêm de pessoas com quem convivemos. Em muito casos, isso é tolerável visto que todos os humanos sofrem desses dois males: invejar e decepcionar. Portanto, levamos nossa vida driblando todas as espécies de infortúnios e desgostos proporcionados pelas decepções que nos causam e que causamos aos outros. Todos somos seres fracos, rendidos aos vícios, buscando sempre os caminhos mais fáceis que nos mantém na mesquinhez e fugindo dos sacríficos que nos levam àquilo que chamamos de sucesso, seja o que ele for, para cada um.

Assim, a vida se desenrola para a maioria de nós. Achincalhados pela decepção daqueles que deveriam nos apoiar e nos tratar bem como família, apenas recebemos aquilo que viria de nosso inimigo: humilhação, xingamentos, tortura psicológica e física. Essa é a forma como eu cresci, sob todo tipo de abuso. Não é de se estranhar a minha preferência pela solidão e isolamento, longe das pessoas, principalmente de familiares. Toda a vez que conheço alguém, seja para uma amizade ou relacionamento amoroso, a primeira atitude que espero é um ato que me cause uma nova decepção.

Olho para todos com desconfiança e, por mais que eu me esforce, não consigo ver as pessoas de outra forma. Assim como alguns desgraçaram a minha vida, dos novos que chegam, naturalmente espero o mesmo, mais decepções. Parece-me que terapia nenhuma seria capaz de resolver tamanha ferida que carrego. Existem momentos em que penso que a única solução seria por um fim à minha vida, mas para isso, ainda me falta coragem. Por outro lado, existem algumas poucas pessoas que sei o quanto prezam por mim e, se eu desse fim a minha existência, elas sofreriam. Então, estaria eu decepcionando-as como fizeram comigo. 

Por muito anos, longe das pessoas que desastraram a minha vida, consegui me reconstruir, com muito custo. A grande questão é que algumas delas fazem parte da família e então, é muito mais árduo o trabalho de se manter afastado e de se reconstruir. Senti-me bem, por muito tempo, já que com esses anos passando, criei formas de conviver com tais pessoas e, por um momento, acreditei que a convivência seria possível. Contudo, chega um dia em que essas pessoas fazem questão de trazer à tona a razão pela qual é melhor ficar longe delas. Todo aquele trabalho de formiguinha, buscando formas de melhorar o ambiente, desaba com apenas uma atitude que traz todas as lembranças ruins da infância e adolescência que pareciam estar sepultadas. 

O mais triste disso tudo é que você se sente um desgraçado tanto pelas suas atitudes, pensamentos e forma de ser, pois exigem um esforço sobre-humano para não agir como o mesmo monstro que estraçalhou a sua vida. Nessas condições, acredito que tudo isso exige muito mais dedicação e leva muito mais tempo até que, um dia, com muita sorte e persistência, você consiga sentir uma ponta de felicidade na sua vida e tenha a autoestima, pelo menos cobrindo os seus pés. É difícil explicar como você consegue se manter firme e ter alguma perspectiva de futuro quando tudo ao seu redor é tão frágil podendo sucumbir em um piscar de olhos. 

Resta, caso ainda você tenha forças, recomeçar. Contudo, chega a hora em que você percebe que certas pessoas não mudam suas atitudes, não importa o que aconteça. Elas nunca conseguem fugir de quem realmente são. Acredito que consegui fugir de muito daquilo que faz meus dias ruins e atrasa a minha vida, contudo, o campo magnético da desgraça é tão forte que, vez por outra, atrai-me para perto dele ou volta a me engolir novamente. Esse caminho todo é de muita solidão e incompreensão por parte daqueles que me rodeiam, pois raros são aqueles que me compreendem profundamente, visto que isso demanda querer e muita sensibilidade. Distância é o remédio.

Gostou da reflexão? Você passou por algo semelhante? Conte-me entrando em contato por e-mail ou pelo meu Instagram , nele você também tem muitas reflexões sobre a condição humana e pode acompanhar os preparativos para o lançamento do meu primeiro livro! Obrigado pela leitura!

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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