Escrever é deixar a palavra registrada e contribuir com o desenvolvimento intelectual da sociedade. Com sorte, aqueles que conseguem se destacar, podem ficar para a posteridade. Expressar-se por meio das palavras exige leitura, dedicação e uma bela dose de solitude; quanto mais intenso for esse processo, tão mais profunda a obra pode ser. Para escrever, o autor precisa se desconectar do mundo exterior e conectar-se ao seu interior, por isso seu trabalho é solitário, mas impacta o coletivo.
Em vista dessa dedicação à cultura na cidade de Erechim e região, a 24ª Feira do Livro, proporcionou o lançamento de novos livros de autores locais. O momento aconteceu no último domingo (23), na Praça Jaime Lago, onde acontece o evento. Ao todo, 7 autores lançaram seus livros e o portal Roda de Cuia, aproveitou para disponibilizar um espaço aos interessados para falarem sobre suas obras.
Carine Paula Giaretta lançou o livro Poesias do Meio do Ano
Poesias do meio do ano é uma obra que surge inspirada no Curso de Extensão da Universidade de São Paulo (USP): Diversidades e Inclusão Social em Direitos Humanos. É um diálogo com as humanidades feito em formato de verso.
Trata-se de um livro sem pretensões acadêmicas, mas que bebe em fontes teóricas e filosóficas, como também se nutre da singeleza de fatos corriqueiros do dia a dia. São poesias datadas, que expressam com o olhar poético questões do Brasil atual.
Esse é o “primogênito”, o primeiro livro da autora sendo o fruto de um processo que foi se construindo através de muitos anos. Sem passar por cima das próprias características e possibilidades da autora, Poesias do meio do ano, tem o cuidado de entregar ao público leitor uma obra autêntica que busca provocar uma visão crítica sobre o contexto histórico atual sem deixar de lado a leveza da escrita poética.
Cleusa Cappellesso lançou Puro Amor
O livro fala de reflexões e encantamento à transcendência. A obra é um conjunto de poesias e reflexões por momentos e sentimentos vividos, de encantamento, nostalgia, gratidão, entre o autor e o “eu” lírico, que decanta a vida em todas nuances que esta oferece.
As reflexões propostas ao leitor é que falem de tudo que é belo na Criação. Existe a parte de compreender os caminhos da transcendência para si através da dor, chegar a Deus, aceitando e compreendendo nosso lado espiritual.
Douglas Santos Alves lançou a obra Para Além da Identidade: da Resistência à Política
O livro está centrado no problema das identidades de grupos sociais que são alvo de preconceito de discriminação, como mulheres, negros e pessoas LGBT+, travando um debate teórico sobre os fundamentos e as determinações que moldam o sujeito de direito moderno bem como suas implicações na reprodução da ordem social e política tal como ela está posta, ou seja, na reprodução das hierarquias que estão na base da subalternização desses grupos. Isso leva ao problema de como transformar as pautas ligadas à identidade e diferença em pautas políticas capazes de serem mobilizadas e representadas nas instituições.
O livro permite buscar os fundamentos teóricos e políticos do problema das identidades dos grupos subalternos, oferecendo bases profundas para se pensar questões que hoje estão postas na conjuntura política nacional e internacional. A perspectiva do livro é crítica e entra no debate acadêmico e político que está na base de diversas polêmicas sobre representatividade de minorias, interseccionalidade, performatividade e normalização de modos de existir que escapam dos padrões de comportamento impostos. É um livro que, dentro da tradição marxista, busca construir pontes teóricas entre temas e correntes teóricas que até o momento tem dialogado pouco.
Fernanda Fátima Cofferri lançou a obra Vidas de Doutorandos Bolsistas: relatos acerca do mal-estar e do bem-estar na pós-graduação brasileira
Esse livro é fruto da minha tese de doutorado em Educação. Aborda a universidade como uma das instituições mais importantes da sociedade. Nela, vivem-se os estados de mal-estar e bem-estar, que influenciam as trajetórias de vida pessoal e profissional de profissionais e pesquisadores.
É importante destacar que esse é um tema muito amplo e que sempre me interessou muito, pois nós, seres humanos, vivemos esses estados ao longo da nossa vida, não somente quem vive na pós-graduação. Desde o mestrado pesquiso o assunto, em diferentes perspectivas, seja pelo olhar de estudantes ou de professores universitários ou da educação básica. Acredito que refletir como as implicações da sociedade contemporânea e produtivista ressoam na vida acadêmica, pessoal e profissional, bem como, pensar na promoção de estratégias universitárias para conhecer e lidar com os estados de mal-estar e bem-estar é fundamental para que as nossas instituições brasileiras sejam um contexto de promoção de experiências de bem-estar.
Joemir Maria Camargo Rosset, a Patrona desta edição da feira, lançou o livro O Sapato do Nonato
O Sapato do Nonato é um livro que conta a história de um menino que foi para a escola com o sapato do irmão mais velho. O sapato era maior do que seu pé e a coleguinha chamou ele de pé de pato. Nonato ficou envergonhado e no dia seguinte foi para a escola sem sapato. Ele passou muito frio. Então a professora conversou com a turma. Resolveram fazer uma campanha de agasalho na escola. Resolveram o problema. Nonato ficou feliz e ninguém mais fez bullying com os colegas. O livro traz uma mensagem bonita que pode ser trabalhada na sala de aula, pois é um assunto atual e de importância na escola. Também pode fazer parte de um projeto de incentivo à doação. As ilustrações ficaram por conta da ilustradora erechinense Laura Mocelin.
