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Europa

Cúpula da Otan prepara terreno para adesão de Finlândia e Suécia

Presença militar reforçada na Europa Oriental e dois novos membros da Otan - um que compartilha uma fronteira de mais de 1200 km com a Rússia - é exatamente o resultado que o presidente russo, Vladimir Putin, esperava evitar quando invadiu a Ucrânia há mais de quatro meses

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Os líderes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estão reunidos na capital espanhola de Madri e anunciaram, nesta quarta-feira (29), um fortalecimento significativo de forças na borda leste da aliança, já que a guerra na Ucrânia não mostra sinais de desaceleração.

Falando ao secretário-geral da Otan, o presidente americano Joe Biden listou novos movimentos de tropas, além de envios de equipamentos e instalações militares, para demonstrar a importância da segurança diante da agressão de Moscou.

“Os Estados Unidos e nossos aliados, vamos intensificar – estamos intensificando. Estamos provando que a Otan é mais necessária agora do que nunca e é tão importante quanto sempre foi”, disse Biden.

Ele disse que os EUA estabelecerão um sede permanente para o Quinto Corpo de Exército na Polônia, manterão uma brigada rotativa extra de 3 mil soldados na Romênia, aumentarão as implantações rotativas nos estados bálticos, enviarão mais dois esquadrões de caças F-35 para o Reino Unido e uma estação de defesa aérea adicional e outras capacidades na Alemanha e na Itália.

“Juntamente com nossos aliados, vamos garantir que a Otan esteja pronta para enfrentar ameaças de todas as direções – em todos os domínios, terra, ar e mar”, disse Biden.

Os líderes entram nas negociações impulsionados por uma vitória diplomática depois que a Turquia retirou suas objeções à adesão da Finlândia e da Suécia à Otan, preparando o terreno para que os dois países neutros de longa data entrem no bloco defensivo.

Uma presença militar americana reforçada na Europa Oriental e dois novos membros da Otan – um que compartilha uma fronteira de mais de 1200 km com a Rússia – é exatamente o resultado que o presidente russo, Vladimir Putin, esperava evitar quando invadiu a Ucrânia há mais de quatro meses.

“Eu disse que Putin está procurando a “finlandização” da Europa. Ele vai conseguir a “otanização” da Europa. E isso é exatamente o que ele não queria, mas exatamente o que precisa ser feito para garantir a segurança da Europa. E eu acho que é necessário”, disse Biden.

No entanto, mesmo que os objetivos de Putin tenham saído pela culatra e o conflito continue, o momento está favorecendo a Rússia. Isso deixou Biden e outros líderes ocidentais nesta semana procurando maneiras de alterar a trajetória da guerra.

Em Madri, os líderes planejam chegar a um acordo sobre novos e importantes compromissos de segurança, como não eram vistos desde a Guerra Fria.

Na terça-feira (28), Biden disse que estava enviando dois contratorpedeiros adicionais para a Estação Naval de Rota, na Espanha, com o objetivo de reforçar a presença marítima americana na região.

Ele fará anúncios adicionais nesta quarta-feira sobre o aumento da força em “terra, mar e ar”, de acordo com seu principal assessor de segurança nacional, que disse que as forças dos EUA ao longo da fronteira leste da Otan se moverão “em estado estável” para a região.

“Até o final da cúpula, o que você verá é uma postura de força mais robusta, mais eficaz, mais crível em combate, mais capaz e mais determinada para levar em conta uma ameaça russa mais aguda e agravada”, disse o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan.

Já esta semana, os EUA e os países europeus aplicaram novas rodadas de sanções a Moscou, proibiram novas importações de seu ouro e concordaram em limitar o preço de seu petróleo.

Novas rodadas de assistência à segurança, incluindo um sistema de defesa antimísseis fornecido pelos EUA, foram adicionadas à fila de artilharia e munição que flui na Ucrânia.

Ainda não se sabe se isso é suficiente para alterar fundamentalmente a maneira como a guerra está acontecendo. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que discursará na reunião da Otan nesta semana, disse aos líderes presentes na cúpula do G7 na Alemanha que queria sua ajuda para organizar uma grande iniciativa para vencer a guerra até o final do ano.

Os líderes temem que o custo crescente da guerra, visto no aumento dos preços do gás e dos alimentos, possa levar à diminuição do apoio à Ucrânia nos próximos meses. Alguns alertaram que a fadiga está se instalando, aumentando as crescentes preocupações de que a aliança possa se romper.

“Quando concordamos que iríamos responder, reconhecemos que haveria alguns custos para nosso povo, nossa imposição de sanções à Rússia. Mas nosso povo se uniu. Eles se levantaram e permaneceram fortes”, acrescentou Biden na terça-feira quando se reunia com o rei Felipe VI no Palácio Real de Madri.

Foi durante essa reunião que Biden recebeu a notícia de que a Turquia estava abandonando suas objeções às solicitações da Finlândia e da Suécia para ingressar na OTAN, encerrando um impasse de meses com o membro mais desafiador da Otan.

A fim de obter o acordo antes da cúpula, Biden balançou a perspectiva de uma reunião bilateral formal com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan em um telefonema.

Os líderes se reunirão nesta quarta-feira para discutir as inúmeras questões que azedaram a relação entre Washington e Ancara nos últimos anos.

Biden também planeja se reunir com o primeiro-ministro do Japão e o presidente da Coreia do Sul para se concentrar na ameaça da Coreia do Norte.

O primeiro-ministro Fumio Kishida e o presidente Yoon Suk Yeol são convidados da cúpula da Otan, mas os laços de seus países se deterioraram recentemente em meio a disputas sobre histórias de guerra, tornando a reunião conjunta com Biden uma raridade.

Por CNN

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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