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Europa

Eleições na Hungria: Estimativa sugere vitória de Viktor Orbán com 49%

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A Hungria escolhe este domingo (03) um novo governo. O primeiro-ministro Viktor Orbán, da União Cívica Húngara (Fidezs) é o favorito nas sondagens para se manter à frente do executivo magiar, mas a oposição apresentou-se forte, numa coligação, a Oposição Unida, centrada num só candidato, Peter Marki-Zay, e pode surpreender.

A participação ao longo do dia têm-se mantido próxima dos números dos últimos quatro anos. Às 17 horas locais, já tinham votado quase 63% dos mais de oito milhões de eleitores inscritos tinham votado. Há quatro anos, a participação foi de 69,73%.

Os resultados

Uma projeção da RTL Klub sugere a vitória do partido de Viktor Orbán, com 49% dos votos contra 41% da Oposição Unida, o que ditaria, a confirmar-se, 122 deputados para União Cívica Húngara e 77 para a coligação de oposição, numa estimativa explicada com um impacto positivo da guerra na Ucrânia junto do governo cessante.

As mais de 10 mil mesas de voto em 3.154 municípios da Hungria fecharam às 19 horas. Só os eleitores que estiverem nas filas para votar ainda o podem fazer inclusive no referendo que é realizado ao mesmo tempo sobre, por exemplo, “a exibição, sem qualquer restrição, de conteúdos mediáticos de natureza sexual capazes de influenciar o desenvolvimento de menores”.

Após o encerramento completo das urnas, começa o escrutínio, a contagem dos votos.

O dia de voto ficou marcado por vários incidentes na Hungria. Em Jász-Nagykun-Szolnok, o delegado de uma das mesas de voto terá sido agredido por eleitores, noticia o portal Index.

Em Óbuda, um ativista idoso da oposição teria sido espancado, conforme cita o jornal Blik.

Como se elege?

As eleições húngaras dividem-se em dois, com um voto a ir para uma lista partidária e outro para um círculo eleitoral. Dos 199 assentos disponíveis no Parlamento magiar, 106 são decididos pelos círculos eleitorais, nos quais é elegido o candidato mais votado e não o partido ou coligação.

Os restantes 93 lugares são escolhidos proporcionalmente de acordo com os votos nas listas nacionais.

Todos os cidadãos húngaros com idade adulta podem votar e esses representam atualmente 8,2 milhões de eleitores. Os que têm a residência registada no estrangeiro apenas podem votar nas listas nacionais e pelo correio.

Há 146 mesas de voto abertas fora da Hungria para os cidadãos nacionais com residência no país, mas que estejam trabalhando no estrangeiro ou simplesmente fora do país no dia das eleições, mas têm de se inscrever pelo menos uma semana antes para poder exercer esse direito.

A importância das eleições húngaras

As eleições na Hungria realizam-se num momento crucial para a Europa. A retomada da pandemia de Covid-19 e a guerra em curso na Ucrânia estão tendo um enorme impacto na União Europeia.

O executivo de Viktor Orbán revelou-se um peso para a Comissão Europeia devido a reformas realizadas no país contrárias aos valores europeus, nomeadamente a repressão sobre meios de comunicação não alinhados com o Fidezs, o partido no poder, e também a proximidade a Vladimir Putin, o Presidente da Rússia e provavelmente o líder mais odiado do momento na União Europeia.

Orbán acabou por ser inclusive atacado pelos países vizinhos Chéquia, Eslováquia e Polónia pela maior proximidade diplomática ao Kremlin do que a Bruxelas.

A liderança húngara afastou-se também dos princípios europeus com a reforma do sistema judicial, que ficou mais dependente do governo e com isso colocou em causa o Estado de Direito. A gestão da migração é outro ponto de discórdia entre Budapeste e Bruxelas.

A comissão Europeia ameaçou a Hungria com a suspensão dos fundos europeus até que o governo se alinhe com os pilares do bloco.

Os candidatos

Conotado com a extrema-direita, Orbán é primeiro-ministro da Hungria desde 2010 depois de já ter ocupado o lugar entre 1998 e 2002, e procura nestas eleições garantir um quinto mandato à frente do governo.

O principal adversário é Peter Marki-Zay, líder de uma coligação de seis partidos da oposição, que defende uma Hungria alinhada com a União Europeia e prometem reaproximar Budapeste de Bruxelas, combatendo a corrupção no país.

O objetivo principal desta coligação é derrubar Orbán do governo e, para isso, concentraram-se num só candidato, eleito numas primárias. Marki-zay é um católico conservador, tem sete filhos e há quatro anos venceu uma autarquia numa região conhecida pela habitual supremacia do Fidezs: Hódmezővásárhely.

Orbán e Marki-zay são os favoritos à vitória, com vantagem para o primeiro-ministro. Além deles, há dois partidos de pequena dimensão também na corrida e com possibilidades de conseguir os 5% de votos necessários na Hungria para garantirem representação parlamentar.

O Mi Hazánk Mozgalom é um partido da direita mais moderada que acolheu alguns antigos militantes do Jobbik, uma força nacionalista radical. Este partido de direita subiu nas preferências durante a pandemia sendo o único na oposição às vacinas anticovid.

O outro é um partido irónico chamado “Partido do Cão de Duas Caudas”, fundado em 2006 e registado oficialmente em 2014, sendo famoso por parodiar a elite política magiar.

A prioridade dos principais candidatos é a retomada econômica após a pandemia, ainda mais agora com o impacto da guerra na Ucrânia, que afeta sobretudo o mercado energético e o abastecimento de matérias primas e produtos essenciais como o trigo ucraniano e russo.

Por Euronews

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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