Terms & Conditions

We have Recently updated our Terms and Conditions. Please read and accept the terms and conditions in order to access the site

Current Version: 1

Privacy Policy

We have Recently updated our Privacy Policy. Please read and accept the Privacy Policy in order to access the site

Current Version: 1

Artigos

De dentro de suas fortalezas, os Senhores da Guerra celebram 6 meses do conflito na Ucrânia

0:00

Há seis meses, um novo capítulo da história mundial passava a tomar forma. Moldada pela Rússia, basicamente, a Ucrânia passava a ser invadida pelo exército de Vladimir Putin, o qual jamais aceitara o fim da URSS e que, também, com medo de perder o seu poder e permitir que o seu país fosse dominado pelo Ocidente, resolveu atacar.

Como a história recente mostra, a guerra serve aos Senhores da Guerra, os quais, de dentro de suas fortalezas, protegidos por toda ordem de dispositivos tecnológicos, além de seus seguranças, apenas comandam a matança alegando que o fazem em defesa da soberania, mas não admitem que por trás, está o poder mantido pelo ego. Tamanha proteção se estende aos seus familiares e a seus vassalos.

São os cidadãos que devem ir ao campo de batalha, concordando ou não com a guerra. São eles que são mutilados ou mortos, tem suas famílias e vidas arruinadas. Os Senhores da Guerra não se importam com eles, pois consideram que o importante é salvar o país. Talvez, seria o país que precisa ser salvo deles. Contudo, quem se atreve a lutar contra aqueles que estão enfurnados em seus palácios, podem pagar um preço alto.

Além de toda essa carnificina, os Senhores da Guerra destroem seu próprio país afundando-o em uma crise econômica que, mais uma vez, afeta o cidadão. Crise que não passa para dentro das muralhas de suas fortalezas, pois quem intenta fazê-lo, certamente vai passar uma temporada em alguma das prisões nebulosas que acumulam qualquer pessoa que tenta confrontá-los, ou seja, os Senhores da Guerra são indestrutíveis.

13 milhões de ucranianos foram forçados a abandonar suas residências, segundo a ONU. 972 crianças morreram ou ficaram feridas, de acordo com a Unicef. 9 mil militares ucranianos foram mortos, conforme disse o chefe das forças armadas da Ucrânia, general Valeriy Zaluzhnyi. 5.587 civis foram registrados como mortos e 7.890 feridos, embora as baixas reais sejam muito maiores, afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Toda essa tragédia, impulsionada pelo poder mantido pelo ego, havia se iniciado muito antes da simbólica data 24 de fevereiro deste ano. Ainda em 2014, com a Revolução Maidan, na Ucrânia, em que o presidente pró-Rússia fora derrubado com a anexação da Crimeia, Putin já iniciara sua guerra justificando que a OTAN pretendia tomar conta da Europa cercando a Rússia e que o Ocidente implantara um governo fantoche em Kiev para colocar seus planos em prática.

No fim das contas, nenhum dos dois lados da guerra está certo, pois ambos estão matando sua população, mesmo que seja de forma indireta. Contudo, o atacado precisa se defender, mas, como diz a sabedoria popular, ninguém é santo. John J. Mearshiemer, professor de ciência política da Universidade de Chicago, acredita, veementemente, que o principal responsável pelo atual estado beligerante entre Rússia e Ucrânia, são os Estados Unidos.

O futuro é incerto, mas a guerra é certa. Vladimir Putin jamais admitirá uma derrota, isso equivaleria à morte de seu poder e ego. Zelesnky mostra-se com o herói da guerra, contudo também é acusado por Putin de segregação e discriminação contra a língua russa e russos que vivem no território ucraniano, por exemplo, uma das justificativas que Putin argumentou para atacar a Ucrânia. O Ocidente, de forma alguma pode ser considerado inocente, pois os EUA e Europa saquearam boa parte do mundo, praticamente todo o hemisfério sul. Não pense que agora agem, necessariamente, por preocupação em manter a ordem global, mas o fazem para se perpetuarem como Senhores do Mundo ou Senhores da Guerra, dá no mesmo.

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo