Você precisa executar uma tarefa que é custosa e não lhe causa prazer algum, mas é sua obrigação. Então, você encontra várias outras coisas mais prazerosas para fazer como assistir a uma série de televisão, ouvir música, sair com os amigos, ir a um restaurante, tomar banho, ligar para alguém, navegar pelas redes sociais…, mas ela continua martelando na sua cabeça e te chamando à obrigação. Finalmente, no último minuto do segundo tempo você dedica um tempo a ela, pois já não há mais outra saída…. Com que frequência isso lhe ocorre?
Mais conhecida como procrastinação, ela é o resultado da Resistência que faz com que você invente qualquer desculpa para não fazer algo ou deixar para a última hora. Lutar contra ela é um exercício diário que já começa quando você tem que levantar da cama ao som do alarme de seu celular. Nesse momento, a maioria das pessoas já aciona a soneca, em muitos casos, duas ou três vezes e acaba saindo da cama atrasada. A partir de aí, a Resistência vai te acompanhar em todos os momentos do seu dia, tornando-o pesado e cansativo. Aqui, tomo a liberdade de transformar a Resistência em substantivo próprio, devido a sua magnitude, portanto, eu o escreverei com letra maiúscula.
Não se engane. Lutar contra a Resistência é tarefa para todas as pessoas, independentemente de classe social ou cor da pele. Aqui, Steven Pressfield aponta que estaremos enganados se pensarmos que somos os únicos a lutar contra a Resistência. Tudo que tem corpo sofre Resistência. Grande parte de nós não sabe identificar esse inimigo que acaba com nossa vida, nossos planos, sonhos e anula a nossa existência. Essa força é uma auto sabotagem que reside no nosso interior e se mostra tão potente que torna difícil sua derrota. Para isso, existe uma artificio chamado leitura, mas não é uma qualquer, mas sim de um livro sensacional chamado A guerra da arte, escrito por Pressfield.
Pressfield tinha enormes dificuldades com a Resistência e deixa isso claro em seu livro por meio de histórias de sua rotina. Assim, ele nos ensina que somos os únicos responsáveis por vencer essa força massacrante. Steven, em uma das passagens no livro, diz que o difícil não é escrever. O difícil é sentar-se para escrever. O que nos impede de sentar para escrever é a Resistência. Aqui, ele se mostra tão frágil quanto nós e comenta sobre sua dificuldade em escrever seus livros, a qual, aos poucos, é vencida.
Em outra bela passagem de seu livro, ele comenta sobre o quão criminosa e destrutiva a Resistência é conosco. Segundo ele, a Resistência é a força mais tóxica do planeta. É fonte de mais infelicidade do que pobreza, doença e disfunção erétil. Ceder à Resistência deforma nosso espírito. Atrofia-nos e nos torna menores do que nascemos para ser. Isso reforça, como já citado anteriormente, que ela é nossa inimiga mais cruel que vive em nós e, sem exageros, além de tudo, faz-nos infelizes.
Em muitos casos, as pessoas identificam a Resistência, porém, não conseguem lutar contra ela, pois para abatê-la, o que é um processo diário, é preciso ser forte e criar rotinas em sua vida, é preciso querer e ter coragem. Aqui é importante lembrar que devemos ser inteligentes e agirmos com sagacidade, pois conforme cita Dalai Lama, o inimigo é um ótimo professor. Destarte, todos sabem que só aprende, desse professor, quem é astuto, atento e não toma a derrota como sua filosofia de vida, resumindo, inteligente, para citar mais uma vez esse adjetivo no mesmo parágrafo.
Pressfield aponta também, que a Resistência pode ser um perigo vindo de outras pessoas que, ao perceberem que você a está vencendo, passam a agir de forma distinta daquela usual, dizendo que você mudou, não é mais a mesma pessoa. Segundo ele, a Resistência recruta aliados. Quanto mais próximas essas pessoas forem do escritor iniciante, de forma mais bizarra irão agir e mais emoção colocarão por trás de seus atos. Estão tentando sabotá-lo. A razão é que essas pessoas estão, conscientemente ou não, lutando contra sua própria Resistência. O sucesso do recém-revelado escritor torna-se uma censura a elas. Se ele consegue vencer esses demônios, por que elas não?
Com isso tudo em mente, é preciso que sejamos implacáveis contra a Resistência, que mudemos nossos hábitos, criemos rotina, tenhamos objetivos de vida e sonhos claros. Quando você, finalmente vencê-la, fuja do seu círculo de “amigos”, pois eles irão tentar te sabotar e puxar você pelas pernas, pois para eles é mais confortável que você não a vença, pois se o fizer, isso os obrigará a fazer o mesmo, mas eles podem não ser capazes disso. Você encontrará pessoas vitoriosas mais para frente que são aquelas com as quais você deve ser relacionar, pois são fortes e bem-sucedidas como você e venceram a Resistência.
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