A autocompaixão é a capacidade de tratar-se a si mesmo com a mesma gentileza, preocupação e apoio que teria com alguém querido. Contudo, esse sentimento é frequentemente negligenciado por grande parte das pessoas que, normalmente, esquecem de se colocar em primeiro lugar, amar a si mesmas e se tratar com o devido amor e respeito. Segundo matéria da Você/SA, são três os componentes da autocompaixão: a autobondade que é substituição da autocrítica por palavras mais gentis; a humanidade comum que é o reconhecimento de que o sofrimento e o fracasso pessoal são experiências universais; e a atenção plena que é estar presente no aqui e agora, observando as emoções negativas.
A autocompaixão acontece quando você olha para dentro de si mesmo com o mesmo sentimento que olha para as pessoas que ama, demonstrando afeição por elas e acolhendo-as, mesmo com todos os seus defeitos. A grande questão é que a maioria das pessoas é dura consigo mesma, utilizando-se da autossabotagem, desmerecimento, alimentando autocrítica e insegurança, mas dispende muita compaixão ao próximo, portanto, um grande desafio a muitos é reconhecer-se como um ser digno de autocompaixão. Dessa forma, assim como você acolhe os outros para si, deve fazer o mesmo com você, acolher-se com todas as suas qualidades e defeitos. Jamais se exija perfeito, pois nem você e nem ninguém nunca será.
Esteja a seu favor buscando tratar a si mesmo como um rei ou rainha, afinal você é a pessoa mais importante para você mesmo, pois saiba que quanto maior a sua influência sobre uma pessoa, maior a sua responsabilidade de tratá-la bem. Aprenda a entrar em contato com as suas emoções e converse consigo mesmo perguntando-se como está se sentindo, como tal sentimento percorre o seu corpo e se instala na sua mente, questionando-se sobre as crenças que podem estar te prejudicando. É necessário você vivenciar o que quer desenvolver em si, afirmam Rick e Forrest Hanson, autores do livro O poder da resiliência, centrando-se nas experiências positivas, comparando-as com as negativas e aprender com as duas. Aplique em si mesmo aqueles sentimentos bons que você vivencia ao dar atenção e afeto a alguém de quem gosta. Sabe aquele amor que você dispende ao seu parceiro ou parceira, filho ou filha, sobrinho ou sobrinha? É com esse mesmo amor que você deve tratar a si mesmo.
O cérebro tem tendência a reforçar as experiências negativas e ocorridas na infância, portanto se os seus pais ou pessoas próximas ignoravam, desdenhavam ou puniam os seus sentimentos, você acaba internalizando isso e segue a fazer o mesmo quando adulto. Reprimimos nossos desejos e anseios, julgando-os vergonhosos, ou seja, não temos um pingo de autocompaixão, ignorando a nós mesmos e nos repudiando, explicam os autores. Segundo eles, o segredo para cultivar qualquer recurso psicológico, inclusive a autocompaixão, é ter experiências repetidas até que elas se transformem numa mudança duradoura da estrutura ou da função neurológica. Assim, ao vivenciar uma experiência agradável ou útil, simplesmente observe-a, analise-a, traga sua mente para aquele momento e experimente os sentimentos bons gerados. Quanto mais você fizer isso, mais os recursos psicológicos serão internalizados.
Desvencilhe-se do ego que te impede de parece vulnerável e sentimental, aceite-se como você é, assim fica mais fácil de entender aquilo que precisa mudar em sua vida. Aproveite a vida da forma que melhor faz sentido para você, sempre se incluindo nos momentos de afeição e amor que proporciona aos outros, fazendo o mesmo para si. Seja mais paciente consigo mesmo, pois esse recurso é essencial para construir uma base sólida para uma vida mais plena. Lembre-se de que os momentos agradáveis enriquecem o seu dia, aumentam sua autoestima e diminuem o estresse, portanto esteja sempre atento aos seus sentimentos lembrando sempre de analisá-los. Cuide de si mesmo, se não o fizer, não conseguirá cuidar de outras pessoas saudavelmente. Por fim, mas não menos importante, reduza a autocrítica e passe a descobrir o grande amor da sua vida que é você mesmo.
